Autora: Caroline Agostini Gianezini
Turma: 2ª série do Ensino Médio
Unidade: Região Alta
Professora: Flávia Zanatta
“Laura foi assassinada no dia 17, dentro de casa, durante tiroteio entre traficantes. Procura pela arma, na zona sul da capital, terminou sem sucesso.”
Jornal Zero Hora – 20/04/2015
Provavelmente essas crianças que agora brincam no escorregador do bairro burguês de Porto Alegre nunca viram uma perseguição de polícia e ladrão que não seja brincadeira; nunca viram o desespero das famílias que perderam os filhos por conta de uma bala perdida. O mesmo não poderíamos dizer sobre a menina Laura, que provavelmente não tem, ou melhor, não tinha os mesmos sonhos das crianças que observo da janela do café, correndo pela praça, e muito menos a mesma rotina. A trilha sonora da vida da menina era o som da sirene da ambulância, da polícia, que corre todo dia pela mesma rua onde todas as crianças brincam.
Quantas crianças já tomaram tiros na própria infância? Quantas delas já deixaram um futuro pela mera bala perdida que, por azar, não passou centímetros mais longe do coraçãozinho que batia aflito ao ouvir o som dos tiros, que era presença constante em suas vidas?
Algumas viram manchete pela arma do crime não ter sido encontrada; outras não têm a mesma “sorte”, mas todas possuem algo em comum: o fim trágico.