Autor: Giácomo Rabaiolli Ramos
Turma: 2ª série A do Ensino Médio
Unidade: Lajeado
Professora: Letícia Gracioli
A solidariedade pode ser considerada um belo sentimento humano. Ver a alegria e o bem-estar dos outros com a ajuda de nossas próprias ações nos faz sentir incríveis sensações de prazer e, podemos dizer, heroísmo. Porém, em um mundo individualista e competitivo, como é possível manter essa cooperação solidária entre as pessoas?
O ser humano da Era Moderna aprendia desde cedo que, em meio ao capitalismo insurgente, devia procurar o seu trabalho, as suas riquezas. Com a chegada da Revolução Industrial, o poder de poucos sobre muitos foi se acentuando, dividindo-se ainda mais as pessoas. Nessa “evolução”, chegamos ao ponto em que a solidariedade já parece estar atrás do palco, praticamente oculta: bem-vindo à Idade Contemporânea.
Ao pensar sobre esses aspectos, você pode dizer: “Então, todos os cidadãos são cruéis e não se importam uns com os outros”. Acalme-se, pois ainda não alcançamos esse recorde. Um claro exemplo de solidariedade que vem ganhando força são as organizações não governamentais (ONGs). Elas atuam em diversos campos, como a saúde, a educação, a preservação ambiental, a manutenção da cultura e outros temas carentes de atenção. Em troca de nenhum dinheiro, essas ONGs trabalham para auxiliar bairros, cidades ou até o mundo todo. Para mim, esse é um grande fato que acende a centelha da esperança na humanidade.
Após tanta análise histórica e social, podemos responder nossa pergunta inicial. O ser humano, ao ver o poder que podia exercer, pôs-se à busca de fortuna e glória. Comunidades foram mortas, grupos foram escravizados. Ao ver tudo isso, nossas gerações estão tentando reverter a situação. Não todas, mas estão. E, assim, possivelmente o planeta começará a melhorar, mesmo que ainda engatinhando. Para ajudar, temos que nos perguntar: “O que eu fiz hoje para melhorar a Terra?”. Caso você tenha uma resposta, sinta-se honrado. Você também é a salvação do mundo.
Seremos nós a realeza?
Ao longo da História, existiram diversas formas de se medir a riqueza de alguém: escravos, terras, ouro… Em nossa sociedade contemporânea, o que governa é o dinheiro e as posses – ter um produto de última marca, um apartamento de luxo ou um conversível da Mercedes são meios de inserção na alta classe. Famílias dispõem de tudo para manter um padrão, e os filhos são os mais prejudicados por isso.
Não comecemos pelo fim: esse é um problema histórico. A partir do momento em que a primeira tribo fixou sua residência em algum ponto da Terra, houve acúmulo de capital. Os primeiros utensílios e os móveis primordiais deram início a grandes civilizações em que a posse de bens determinava sobrevivência e maior poder. Avançando no tempo, temos os senhores feudais e suas áreas de terra colossais, cultivadas por muitos e usufruídas por poucos. Chegamos à Era Moderna, ao mercantilismo, à escravatura e à busca por ouro e prata. O motivo? Ter mais que o próximo. Por fim temos a nossa época: feudos são casas em frente à praia, metais preciosos são contas bancárias, e móveis primordiais são mesas de mogno. Ainda me diz que esses são aspectos apenas atuais?
Tais evidências não afirmam, no entanto, que todos os cidadãos de todas as épocas seguiram esses modelos. Enquanto os costumes ditam regras consumistas, a contracultura se opõe lutando pela liberdade. Os hippies, por exemplo, vão contra a cultura midiática de que a compra incessante deve ser estimulada, assim seguem uma ideologia de doação à natureza. No mundo da música, a cantora Lorde fala sobre a exibição e a obsessão por dinheiro. Em “Royals”, ela diz: “Nós nunca seremos a realeza”, contrariando outros artistas que cantam sobre diamantes e Ferraris. Pena que eles não são a maioria.
Chegamos ao ponto final: como tudo isso nos impacta? Vendo um modelo de consumo na televisão, na internet, em outdoors e afins, as famílias pensam que devem seguir esses conceitos ou estarão fora do padrão. Os filhos são ensinados a vestir roupas caras, a ter sempre os melhores produtos e, o pior, a exibir-se. O problema é que, desse modo, as futuras gerações também serão consumistas, talvez até mais que as atuais. É assim que caminha a humanidade: direto para a nova superpromoção.