Autora: Laura Giacomini Heineck
Turma: 3ª série A do Ensino Médio
Unidade: Lajeado
Professora: Letícia Gracioli
Senhoras e senhores moradores do condomínio,
É muito comum perceber que os locais, antigamente frequentados por pessoas supostamente privilegiadas, hoje em dia, estão ao alcance da população que dispõe de menores condições. Portanto, eu, L.H., venho a público solicitor que os condôminos que se mostraram incomodados com o status e a condição da empregada reavaliem a sua atitude e percebam o quão inadequada ela se tornou.
A reivindicação é justificada pelo fato de que é de extremo preconceito julgar que a moça, por ser empregada doméstica, emprego desvalorizado por muitos, não teria o direito de usufruir de bens supostamente restritos aos “privilegiados”. A lavadeira não seria considerada “privilegiada”, pelo simples fato de não ter uma graduação em seu currículo, o que seria uma condição de sucesso na vida. Esse pensamento se mostra incoerente e equivocado, visto que deveria ser considerada bem-sucedida a pessoa que, através de suas atitudes e de seu trabalho, consegue causar uma mudança na realidade em que vive.
Além disso, o fato de a moça ter adquirido um carro e estar pagando uma vaga de garagem para estacioná-lo não garante que o seu salário esteja demasiado alto. Essas aquisições podem ter sido fruto de anos de economia. Mais importante do que isso, esses benefícios foram alcançados como consequência de seu trabalho, digno e honesto. A recompensa é decorrente do esforço próprio.
Através dos argumentos acima apresentados, demonstro a minha indignação referente à atitude dos senhores e peço que reflitam de forma racional sobre o assunto, percebendo que a revolta se mostra incabível na situação criada.
Atenciosamente,
L.H.
Lajeado, 06 de julho de 2015.