Autora: Amanda Cristina Giongo
Turma: 2ª série A do Ensino Médio
Unidade: Lajeado
Professora: Letícia Gracioli
O Brasil, economicamente, não apresenta índices satisfatórios para ser considerado desenvolvido. No campo social, também podemos perceber o quão atrasado encontra-se o nosso país, principalmente por ser notável a tolerância presente em relação à violência sexual contra as mulheres.
Casos de abuso sexual são cada vez mais recorrentes nos nossos dias e a normalidade com a qual lidamos com isso mostra como a sociedade brasileira é arcaica. Tal comportamento ocorre devido à falta de investimentos em educação pelo governo brasileiro, o que agrava, cada vez mais, o preconceito diante da figura feminina.
Conforme a Organização das Nações Unidas, a violência contra as mulheres não está confinada a uma cultura, a uma região ou a um país específicos, nem a grupos em particular dentro de uma sociedade. Porém, um estudo desenvolvido pela revista The Lancet, uma das publicações mais respeitadas na área da saúde pública, revelou que, enquanto na Região Central da África Subsaariana a taxa de vítimas de abusos chega a 21%, na Ásia, a média é de 3,3%. Esses dados podem explicar como os investimentos na educação de um país influenciam na forma como sua população lida com os direitos femininos, ou seja, respeitam-nos, uma vez que os índices educacionais asiáticos são mais elevados que os africanos.
No Brasil, porém, a situação é alarmante. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em 2011, quase 17 mil mortes de mulheres por conflitos de gênero foram registradas, caracterizando os chamados feminicídios. Sem dúvida, o fato de inocentes serem assassinadas ou abusadas simplesmente por serem do sexo feminino reforça como a despreocupação com a educação está fortemente presente no nosso país, assim como contribui para o aumento da descriminação da mulher em uma sociedade conservadora que, assim, cria-se.
O preconceito diante da figura da mulher é, ainda, construído a partir de como ela é representada pela mídia. Diversas propagandas em redes televisivas, principalmente, vulgarizam-na e tratam-na como objeto. Nelas, são apresentados os glúteos e os seios de forma apelativa. Dessa maneira, os meios de comunicação influenciam as mentes pouco instruídas do povo brasileiro, o qual enxerga meninas, moças ou mulheres apenas como seres sem importância. Elas devem apenas fazer aquilo que interessa aos homens, seja uma roupa bem lavada, seja a tolerância diante de casos de estupro.
É imprescindível, portanto, que haja censura diante daquilo que é apresentado pelos meios midiáticos, os quais devem, inclusive, realizar campanhas de conscientização contra abusos sexuais. Em conjunto a isso, maiores investimentos na rede educacional devem ser feitos para que sejam criadas opiniões críticas que não mais tolerem a falta de respeito à mulher, independentemente de como essa for demonstrada.